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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Novidades em Governança e Gestão de Dados-Parte-06-final

Como se encontram os conceitos de Governança, Gestão de Dados e correlatos, no momento nos EUA?
Evento: Conferência de Inverno de Governança de Dados, ocorrido entre 14-18 de Novembro de 2016, em Delray Beach – Flórida .

Drops finais:

1)Uma das áreas com maior grau de potencial para a aplicação de GD é a de Health Care. Participei de uma reunião de um SGI-Special Group Interest, especificamente em Health Care. Na verdade, eu estava lá, muito mais como observador, prestando atenção nas discussões de um grupo focado em GD naquele segmento específico. Há estatísticas que apontam que 67% dos registros médicos tem erros de dados. Com a definição do “Medicare”- programa de seguro de saúde para maiores de 64 anos, ou outros com problemas renais crônicos, ou “Medicaid”- programa para menores ou iguais à  64 anos, com limitações para pagamentos deste tipo de seguro, tornou-se fundamental o controle mais rigoroso dos dados por parte das prestadoras e a visão mais forte de “compliance” por parte dos agentes reguladores. A área de saúde considera dados como elemento que pode decidir a sobrevivência de um paciente, diferentemente dos “draw-backs”, que podem acontecer em outras verticais. Como vencer a resistência da alta gerência que ainda reluta na adoção de GD, ou o uso de Big Data para o tratamento e a prevenção/controle de novas internações, foram os pontos mais discutidos. A IBM, com o seu Watson(sistema de Inteligência artificial) está se dedicando com muita ênfase ao estudo e prevenção de câncer, por exemplo. Utiliza os seus complexos algoritmos de inferência estatística, aliado com os exa(*)-volumes de informações armazenados e trabalhados por um arsenal poderoso de máquinas e processadores.  (exabytes são 1024 petabytes, que são 1024 terabytes....);

2)Diversas palestras de usuários foram apresentadas elencando os aspectos desafiadores de uma implantação de GD. Claro que  a maioria tocou nos aspectos de uma forte conexão com os objetivos de negócios,  busca do patrocínio para se mudar atitudes e culturas, escolha correta dos owners, etc. Na palestra da Navient, uma grande organização financeira especializada em empréstimo escolar, me chamou a atenção o foco dado em um ponto, por vezes, pouco observado: A comunicação do programa de Governança de dados. Como parte da mudança cultural sobre os dados, esse ponto se mostra fundamental. Logotipo especial sobre o programa, comunicação forte focada em pessoas e resultados obtidos podem fazer a diferença. A organização(Navient) tem um Conselho de Data Stewards (Gestores de dados) de 18 membros, o que reforça a necessidade de uma boa comunicação entre eles;

3) Um outro assunto muito comentado nas palestras, principalmente quando são mostradas as ferramentas que apoiam GD(AGS/Rochade;Collibra/Collibra, Orchestra/EBX5) é Data Lineage, ou linhagem de dados. Representa a rastreabilidade de um dado saindo da sua origem e chegando no seu destino, com todas definições em torno dos processamentos a que será submetido. Imagine, por exemplo, o valor de imposto de renda a ser cobrado ou restituído, que é o produto final da sua declaração, no processo de IR. Olhando o fluxo de dados, você perceberá que os dados entrados na sua declaração (rendimentos oficiais, despesas, etc) serão submetidos a vários processos, alguns no seu PC quando você está entrando com eles e outros em processamentos forward(feitos na RF), que acabará na produção do valor final (R$ a ser pago ou a ser restituído). Imagine uma forma gráfica e documentacional de registrar isso. Isso é a linhagem de dados. É claro que para se ter uma visão precisa dos dados de uma empresa(dos principais e mais críticos, claro), a linhagem de dados é fundamental. Ela está associada com o conceito de ciclo de vida dos dados, um elemento fundamental e com o conceito de “data provenance”, algo como proveniência dos dados. Com a linhagem dos principais dados, por exemplo de “compliance”, a GD ajuda em possíveis socorros quando houver qualquer valor glosado por agências reguladoras, pois a análise da linhagem permite a identificação dos pontos possíveis de origem do problema. É o assunto do momento, dentro da categoria Metadados. Alguns pontos anotados sobre Linhagem de dados:
·       Estabelecer linhagem de dados não é uma abordagem fácil de se implementar
·       Quase 50% das empresas não tem Data Lineage implementada
·       Quando implementada e suportada por uma ferramenta, deve-se tratar os dados principais e críticos que estão sob o olhar da Governança de dados
·       A Linhagem de dados pode variar , dependendo da perspectiva de cada LOB(Linha de negócios).

4)Um termo interessante que apareceu na palestra da Collibra foi “amazonification of data”. O termo, no fundo, significa a facilidade que se tem para localizar um livro na Amazon e comprá-lo instantaneamente, sem grande trabalho, com poucos cliques. A metáfora foi construída para abordar a dificuldade de se obter os dados neste crescente ambiente de hoje nas empresas. Múltiplas fontes, ambiguidade semântica, silos construídos sem nenhuma preocupação, etc tem dado muita dor de cabeça aos Cientistas de dados, que gastam a maior parte do seu tempo tentando localizar os dados necessários. Gastam mais tempo identificando os dados necessários do que dedicam à sua análise inferencial e científica.  

5)Um debate que produziu interesses foi sobre “Qual seria o futuro da GD?”. Foi conduzido por Danette McGilvray, com quem tenho encontrado sistematicamente nos vários eventos de dados, de que tenho participado. Às respostas , já comentadas em posts anteriores, se acrescente a formação do primeiro PHD- DSc em Qualidade de dados dos EUA, formado pela Universidade de Little Rock, no estado do Arkansas. Essa universidade tem uma tradição muito forte na área de Qualidade de Dados(conceito no qual eles englobam o de Governança de dados), capitaneada pelo Professor John Talburt, com quem encontrei em Baltimore, no último IAIDQ. Uma discussão correlata foi a progressão da carreira dos profissionais de dados, principalmente dos Gestores de dados, o que seria uma forma inteligente de incentivar  essa carreira, que se desenha fundamental dentro da Governança de dados. Hoje se percebe somente carreiras colaterais, sendo desenvolvidas, como Cientistas de dados. Outro ponto será o crescimento de tipos de dados, hoje ainda incipientes, como voz. A análise de voz, via ligações de call centers, podem evidenciar alguns traços de clientes e a inferência de informações sobre eles. O uso de imagens, hoje já aplicado em propagandas de quiosques na Coreia, poderá permitir a personalização de comerciais/advertisements, baseada em aparências e expressões. Um outro ponto que deverá evoluir no campo de GD será a comercialização de dados, hoje bem mais rigorosa na Europa e mais flexível nos EUA. A expectativa é que essa leniência encontrada hoje nos EUA seja , no futuro, modificada por uma legislação mais rigorosa, preveem os especialistas;

6-A GD também se mostra em grande crescimento na China, conforme testemunhou Danette McGilvray, que recentemente lançou o seu famoso livro de Qualidade de Dados lá e havia retornado daquele pais diretamente para o evento de DelRay, conforme me falou. Também na Austrália, conforme depoimento do executivo da BackOffice, o conceito de GD cresce significativamente. No Brasil, afetado pela crise , o movimento de implantação de GD ainda está em relativa temperatura morna. Entretanto, mais cedo ou mais tarde, as empresas acordarão para essa importante perspectiva de terem os dados gerenciados como uma ativo organizacional. Questão de tempo...


7-Terminada a Conferência, fiz um curso de 2 dias sobre Data Stewardship(Gestão de Dados), com David Plotkin. Plotkin é autor de um dos melhores livros no assunto e talvez seja a figura mais experiente em Gestão de dados nos EUA. Atuou em duas grandes empresas na área de seguros AAA e AIG a atualmente comanda a área de Governança de dados do gigantesco Banco Wells Fargo. Por dois dias, foi possível trocar experiências e observar a implantação de GD na prática. Valeu pela Conferência.. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Novidades em Governança e Gestão de Dados-Parte-05

Como se encontram os conceitos de Governança, Gestão de Dados e correlatos, no momento nos EUA?

Evento: Conferência de Inverno de Governança de Dados, ocorrido entre 14-18 de Novembro de 2016, em Delray Beach – Flórida .

Alguns drops de informações :

1)Os drivers que estão levando as empresas a adotarem GD continuam sendo “compliance” com as exigências regulatórias e os riscos delas provenientes, aplicação dos dados para o aumento de vendas, “customer experience”, ou a busca de um  melhor entendimento do comportamento dos clientes,  de certa forma associado à anterior, a avaliação da performance operacional para entender os alcances do negócio através de indicadores mais elaborados e finalmente a busca de redução de despesas;

2)Os principais problemas encontrados, para os quais a GD tenta apontar suas baterias são: Ambiguidade na definição dos dados(falta de gestão de metadados), fontes díspares de informações(falta de integração e de  controle sobre dados mestres e de referência) e falta de responsabilidade e “accountability” sobre os dados(ausência de gestores- data stewards e de donos de dados-data owners). Uma pesquisa de braço erguido na plateia, com quase 200 participantes evidenciou que pouco ainda se faz sobre gestão de metadados;

3)Entender claramente as Políticas de Negócios é fator fundamental na GD, pois as Políticas de dados são originadas, quase sempre, delas( Políticas de Negócios). Uma política de negócios que define, por exemplo, que a empresa é obrigada a se reportar a determinada agência reguladora, num certo período, gerará, como consequência, Políticas de dados de compliance;

4)Há um claro crescimento em determinadas áreas da Governança, ou em processos no seu entorno. Por exemplo, fica patente, cada vez mais, a importância da adoção de CM(Change Management), ou Gerência de mudanças. Aqui não se está falando de mudanças de requisitos ou de códigos, como bem ensina o CMMI ou MPS. A mudança aqui está no plano cultural e comportamental de áreas da empresa que se preparam para abraçar a Governança de dados. A GD exigirá mudanças de posturas gerenciais e operacionais, dai a importância desta gerência para preparação das mudanças.

5)Embora haja ainda uma certa retração com relação à Gestão de Metadados, muitas empresas apresentaram “cases” de abordagem desse corpo de conhecimentos. Nesse patamar surgiu a necessidade de se automatizar os dados, criando glossários de negócios, com diferenciação entre termos de negócios e termos operacionais. Também exige-se da ferramenta de metadados uma capacidade de busca que permita acessar dados por quaisquer atributos, além de uma capacidade de verificação de elementos redundantes de dados, nem sempre alinhavados pela mesma descrição. Nesse segmento aparecem diversas ferramentas, algumas das quais já com presença no Brasil. A lista observada foi: Collibra, Rochade(da ASG), Backoffice, Datum, Infosphere(IBM), Innovative Systems, Informática, EBX5-Orchestra, Trillium, Embarcadero e até o SharePoint da MS pode ser pensado como elemento inicial para uma plataforma de metadados; 

6)Independentemente das linhas de GD adotadas, nota-se claramente a  estrutura triangular padrão, caracterizando um framework com uma camada superior de GD executiva e estratégica,  que tem função de Apoio e Suporte ao programa, uma camada intermediária, com uma visão de autoridade, definição e resolução de pendências e uma camada operacional, que aplica, executa e controla as Políticas, os Processos e os Padrões  de dados da empresa;

7)Um dos aspectos citados no processo de convencimento da necessidade de GD pode passar pela verificação do estado atual das práticas de dados na organização. Uma avaliação(Assessment) pode desenhar o estágio atual da empresa, suas lacunas e fragilidades e se transformar num poderoso elemento de convencimento, principalmente se comparado com posições dos concorrentes. Isso poderá ser feito via os modelos DAMA, DMM, ou alguma abordagem adaptada e desenvolvida, que customize ou otimize os esses modelos;

8)Outro ponto importante, considerado fator de sucesso é o engajamento das áreas e  de pessoas no movimento de GD. O engajamento é função direta do convencimento com dados e fatos, histórias de sucesso e de fracasso e o foco nas pessoas corretas a serem seduzidas. As chefias específicas de áreas de negócios que serão “objetos” dos primeiros movimentos do programa de GD, os owners de dados, localizados no grupo anterior e SME(Subject matter expert)-especialistas em assuntos específicos, que serão fortes candidatos a gestores de dados(data steward). Após a identificação de pessoas e papéis fundamentais, deve-se pensar no treinamento, no desenvolvimento de processos e na monitoração e acompanhamento do programa. Nesse processo de busca de patrocínio é sempre bom estar preparado para responder duas perguntas : O que você necessita de mim e o que você vai retornar para a empresa?;

9)Um ponto de discussão nessas Conferências de GD é sempre o posicionamento  hierárquico da área de GD. Há uma quase unanimidade nas empresas de que a GD deve ficar na área de negócios e não na TI. Dentro da área de negócios, há variações de localização, sendo que as áreas de Riscos e Compliance, juntamente com Finanças são as mais utilizadas;


10)Outra percepção obtida é que há uma ligeira variação na aplicação dos conceitos de Governança de dados e Governança de informações. Normalmente esses dois termos são considerados como sinônimos, porém há pequenas variações, em certas percepções. Por exemplo, atribui-se à IG-Information Governance (Governança de Informações), um espectro maior de atuação, que além de envolver a DG(Governança de dados), também contemplaria a parte de Regulações, Aspectos de riscos, aspectos legais e requisitos ambientais;  

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Novidades em Governança e Gestão de Dados-Parte-04


Como se encontram os conceitos de Governança, Gestão de Dados e correlatos, no momento nos EUA?

Evento: Conferência de Inverno de Governança de Dados, ocorrido entre 14-18 de Novembro de 2016, em Delray Beach – Flórida .

No terceiro e último dia de Conferência, tivemos:

a)O dia foi aberto com um Painel sobre as lições aprendidas sobre GD, diretamente das trincheiras(Tips from the trenches-Lessons learned). Conduzido por Malcolm Chisholm, da FSFP-First San Francisco Partners. Contou com a presença de líderes de Governança de dados, como  Barbara Deemer, da Navient, uma grande organização financeira de empréstimos educacionais, Tonya Walker, da NationWide, grande empresa seguradora da Flórida, Curtis Lee, da Jefferson County Schools, organização educacional com 85.000 alunos de 150 escolas, no estado do Colorado  e de Ho Chun Ho, da JLL, uma gigante da área de imóveis(real state), com atuação nos EUA, Europa, Oriente Médio, África e Pacífico Asiático . A pergunta inicial foi: Quais seriam os pontos mais difíceis para se começar um programa de DG e DS?  Algumas dicas foram dadas, sendo algumas mais óbvias como : Vencer as dificuldades identificando os drivers de negócios importantes; entendendo e justificando claramente os seus objetivos definidos; planejando um projeto piloto, sem abraçar a empresa toda e claro, analisando os riscos regulatórios. Alguns fatores críticos foram citados como definir um forte plano de comunicação e uma gerência de mudança que enfrente os aspectos de resistência cultural, pontos insistentemente falados como FCS-Fatores críticos de sucesso;

b)Outra sessão foi o Painel que discutiu  o Futuro da Governança de Dados. Este foi coordenado por Danette MacGilvray, consultora e principal da Granite Falls, Sunil Soares, consultor e principal da Information Asset, LLC, Ian Rowlands da ASG, Rex Ahlstrom da Back Office Associates, empresa de consultoria em dados e Anne Buff da SAS, famosa fornecedora de produtos na área. A pergunta drive colocada por Danette foi quais seriam as tendências futuras de GD. As respostas variaram entre: A sociedade, cada vez mais regulada, a evolução da tecnologia, com o advento de novas fontes de dados(IOT, por exemplo), os aspectos cada vez mais rigorosos sobre privacidade de dados, como o GDPR-General Data Protection Regulation, da União Europeia, vigente a partir de 25 de Maio de 2018. Muitos outros pontos foram discutidos e deixarei para os alunos e clientes.

c)A última sessão do dia, foi o workshop sobre GD e Agile. Essa sessão foi dada por Tami Flowers da MetaGovernance Solutions, LLC. Desde quando me inscrevi, fiquei com dúvida sobre o conteúdo desta oferta. Seria uma proposta de Agilidade para se definir Governança de Dados, ou seria uma proposta de aplicação de Governança de dados (mais corretamente Gerência de dados), em projetos desenvolvidos com Scrum e métodos ágeis. Mais do que um jogo de palavras, duas coisas bem diferentes. Em conversa inicial com a instrutora, percebi que seria a segunda alternativa, quando ela me contou que tinha 10 anos de experiência no assunto. Como GD não tem isso tudo e os métodos ágeis, há dez anos atrás estavam num estágio inicial, conclui que a proposta era fruto, da implacável indústria dos rótulos sedutores. Com o crescimento da Governança de dados e com a explosão dos métodos ágeis, nada mais “atraente” do que montar um workshop que costurasse os dois temas. Na realidade, a proposta não foi convincente  e depois explico melhor. Foi a menor avaliação que dei no evento...


d)A Conferência terminou hoje e amanhã e depois(5afa e 6afa) teremos um outro workshop separado da Conferência, que versará sobre o Guia completo de Data Stewardship, a ser ministrado pelo famoso David Plotkin, chefe de GD do banco Wells Fargo. Estaremos lá, com expectativa estabelecida... Até BH  

Novidades em Governança e Gestão de Dados-Parte-03

Como se encontram os conceitos de Governança, Gestão de Dados e correlatos, no momento nos EUA?

Evento: Conferência de Inverno de Governança de Dados, ocorrido entre 14-18 de Novembro de 2016, em Delray Beach – Flórida .

No segundo dia de Conferência, tivemos:

a)A primeira apresentação do dia foi da DGPO-Data Governance Professionals Organization, entidade que  congrega os profissionais de GD-Governança de dados. É uma entidade muito participativa e tem um estilo de aprofundar na temática de Governança de Dados, através da cooperação de seus associados. Faço parte dela já há mais de um ano e observo que eles oferecem um amplo material reservado somente para os associados, com dicas, informações e visões muito práticas, produzidas por  membros voluntários que trabalham com o assunto. Material rico e que compensa a anualidade de US$75,00. Além disso, os associados têm descontos nos principais eventos de dados da DataVersity, como o EDW, a Conferência de Inverno e Verão de GD e outros.  A associação apresentou, na primeira sessão do dia, uma série de orientações básicas sobre como implementar GD com sucesso;

b)Um outro assunto que está sendo muito comentado nas palestras, principalmente quando são mostradas as ferramentas que apoiam GD(AGS/Rochade;Collibra/Collibra, Orchestra/EBX5) é Data Lineage, ou linhagem de dados. Representa a rastreabilidade de um dado saindo da sua origem e chegando no seu destino, com todas definições em torno dos processamentos a que será submetido. Imagine, por exemplo, o valor de imposto de renda a ser cobrado ou restituído, que é o produto final da sua declaração, no processo de IR. Olhando o fluxo de dados, você perceberá que os dados entrados na sua declaração (rendimentos oficiais, despesas, etc) serão submetidos a vários processos, alguns no seu PC quando você está entrando com eles e outros em processamentos forward(feitos na RF), que acabará na produção do valor final (R$ a ser pago ou a ser restituído). Imagine uma forma gráfica e documentacional de registrar isso. Isso é a linhagem de dados. É claro que para se ter uma visão precisa dos dados de uma empresa(dos principais e mais críticos, claro), a linhagem de dados é fundamental. Ela está associada com o conceito de ciclo de vida dos dados, um elemento fundamental e com o conceito de “data provenance”, algo como proveniência dos dados. Com a linhagem dos principais dados, por exemplo de “compliance”, a GD ajuda em possíveis socorros quando houver qualquer valor glosado por agências reguladoras, pois a análise da linhagem permite a identificação dos pontos possíveis de origem do problema. É o assunto do momento, dentro da categoria Metadados;

3)Outra palestra que prometia, mas não cumpriu totalmente, foi a associada à  GD com IOT-Internet das Coisas. Com muito tempo e pouco conteúdo, Bob Seiner, um famoso nome da linha de GD americana, teve que se valer até do desgastado exemplo da venda associada de fralda e cerveja, para consumir alguns minutos sonolentos do pós-almoço. Como o assunto IOT ainda é incipiente, a palestra transcorreu no clima de simples projeções e perspectivas, sem exemplos concretos. Em certa ocasião, neste ano, já havia falado sobre isso com alunos da Pós e clientes. Fica claro que a GD deverá observar certos pontos importantes como aspectos de privacidade dos dados entrados ou saídos de sensores, sua qualidade(se estarão sendo produzidos pelas máquinas, na forma correta, calibrada,etc), sua retenção, etc. Ainda a muito a explorar, embora os conceitos padrões de GD, com os seus P´s, se apliquem também por aqui..

4)Outra palestra, que mereceu observação foi a sessão que uniu Sunil Soares, outro famoso consultor de GD dos EUA, com a empresa  francesa Orchestra, produtora do software EBX5. Esse produto, originalmente um hub de Dados Mestres e de Referências, está hoje na classe das ferramentas gerais de GD, e se apresentou num passo a passo afinado com os 16 pontos de implementação de GD, proposto por Sunil Soares, numa outra palestra. A empresa nitidamente tenta um avanço sobre o mercado de Glossário de negócios, Linhagem de dados e outros conceitos de metadados, hoje fortemente ocupado por outra empresa europeia (Collibra, da Bélgica). Franceses e belgas na briga pela fatia dos metadados, que começa a ganhar corpo, como elemento fundamental da Gestão e Governança de dados...  See you   


terça-feira, 15 de novembro de 2016

Novidades em Governança e Gestão de Dados-Parte-02

Como se encontram os conceitos de Governança, Gestão de Dados e correlatos, no momento nos EUA?

Evento: Conferência de Inverno de Governança de Dados, ocorrido entre 14-18 de Novembro de 2016, em Delray Beach – Flórida 
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No primeiro dia de Conferência (14/11), algumas informações:

a)Um detalhe do evento: Presença de 175 inscritos, sendo 1 do Brasil(eu  mesmo), 7 do Canadá, 2 da Arábia Saudita, 1 da Irlanda e o restante dos EUA. A grande maioria das empresas sendo do segmento de Finanças(Bancos, Seguradoras, Financiadoras, etc) e de Saúde (Hospitais, Planos, Equipamentos médicos, etc) , algumas grandes indústrias(IBM, Lockheed Martin, Nissan, Motorola, Tysson Foods) e duas Universidade (Vanderbilt e Southern Indiana).

b)Há uma percepção no ar, manifestada por algumas pesquisas e por discussões sobre GD e Big Data, que  este conceito (Big Data) está perdendo o seu tônus muscular. Na realidade, na minha visão, isso nada mais é do que o próprio encaminhamento natural que acontece com todas as manifestações tecnológicas/metodológicas que causam impacto no seu “start-up”. Passam pelo pico do entusiasmo, descem até o vale da desilusão para finalmente se estabilizar no patamar de produtividade. O que se ouve por aqui é que o correto não é nem Big Data nem o Small Data, mas sim o Right Data, como publicou o respeitado Harvard Business Review. O placar final, entendo eu,  é que a retórica tecnológica não é nem para desencantar os entusiasmados com Big Data, nem para alegrar os que não acreditam em hypes. Big Data está acontecendo na produção hiperbólica da nossa sociedade digital e a sua aplicação deverá sempre ser precedida de uma pergunta muito simples: Por que preciso disso? Se você for convincente na resposta(para você e para a sua empresa), vá em frente..Caso contrário, não embarque apressadamente em canoas da marca Hype..

c)Outro detalhe observado, no primeiro dia, foi a apresentação muito boa da TIAA, empresa de planos de aposentadoria, que mostrou uma das melhores implementações de Governança de dados que já vi descrita. Com forte apoio da alta gerência criaram uma forte estrutura de gestores de dados(em torno de 62) para atuar na Área de Assunto Finanças, seu grande “driver de negócios”. Numa próxima oportunidade, falarei mais sobre o programa. Sai impressionado...

d)Outra sessão foi apresentada pelo escritório de Governança de Dados do grupo JM Family, um dos maiores grupos de negócios automotivos da Flórida. Mostraram o grande esforço aplicado na criação do Programa de GD, enfatizando o necessário passo de Gerência de Mudanças(aqui, no sentido cultural). Falaram tão bem de uma ferramenta de Metadados, fundamental no sucesso da implementação, que chegou a parecer propaganda. Mas , ao final, acabei com a impressão de que não era. A ferramenta deve ser boa mesma....  A verificar

e)Por último, a reunião que envolvia a discussão de GD no segmento de saúde, com a participação maciça das empresas do setor e eu, meio que deslocado. Muitas das empresas já com GD implantada, outras com orçamento para iniciar o programa em 2017 e outra parte pensando cuidadosamente na possibilidade. Um frase dita por uma das participantes foi mais ou menos a seguinte: “Enquanto na indústria financeira, os dados mal geridos representam perdas de dinheiro, na nossa(da saúde), podem representar perdas de vidas”. Contundente, porém verdadeiro...    Volto depois...  



segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Novidades em Governança e Gestão de Dados-Parte-01

Como se encontram os conceitos de Governança, Gestão de Dados e correlatos, no momento, nos EUA?

Evento: Conferência de Inverno de Governança de Dados, entre 14-18 de Novembro de 2016, em Delray Beach – Flórida .


O primeiro detalhe: Esse evento, que começa agora, é totalmente focado em Governança de dados, diferente do EDW-Enterprise Data World, que ocorre no início do ano, que fala sobre tudo de dados, além de GD(NoSQL, Hadoop, Spark,etc). O foco deste evento me parece ser, sugerido pela programação distribuída, um aprofundamento dos conceitos de GD, indo do seu cruzamento com IOT (Internet das Coisas), passando por Glossário de negócios(ambas as sessões, por Bob Seiner) e chegando a um workshop, do qual participarei, sobre detalhes de práticas com Gestores de dados, com David Plotkin. Percebe-se que a verticalização da GD, mergulhando em temas específicos também acontecerá . As áreas de Saúde e  Finanças, duas das áreas de maior aplicação de GD, oferecerão cases específicos.  O evento abre hoje pela manhã , com as palestras de 3 dos maiores especialistas em GD : David Loshin(Knowledge Integrity), Sunil Soares(Information Asset LLC) e John Ladley, agora na First San Francisco Partners). Os 3 somados devem ter uns 12 livros escritos sobre o tema GD e Qualidade de Dados,  e estão entre os grandes astros do assunto nos EUA e Europa. Outro detalhe: Até os movimentos de agilidade estarão presentes, pois teremos uma sessão sobre Agile Data Governance, assunto sobre o qual já escrevi no Blog do Barbi, motivado pela possibilidade de se injetar os conceitos de controle de dados(Gestão e Governança) em empresas menores(startups, como na Fumsoft), que ainda não tem , nem de longe, estruturas para tal, mas certamente terão os mesmos problemas de dados, num futuro próximo. Comentarei, na forma de pequenas notas(drops) ou às vezes artigos maiores, os detalhes percebidos por aqui, sobre os conceitos de Governança de Dados e Gestão de dados, etc. O diabo, em dados, também mora nos detalhes... ..Enjoy...