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quinta-feira, 15 de junho de 2017

DGIQ-2017-San Diego-Califórnia-12 a 14 de junho-2017


Evento:

Estivemos no DGIQ-Data Governance and Information Quality, em San Diego-Califórnia. O DGIQ gradativamente se transforma no maior evento do mundo dedicado exclusivamente ao assunto de Governança e Qualidade de dados. Com duas edições por ano, normalmente uma na Costa Leste no inverno americano(+- Novembro) e outra na Costa Oeste, próximo do verão deles(+-Junho/Julho), o evento reúne especialista do mundo inteiro, com mais de 50 palestras, tutoriais e dois cursos fechados. No evento passado, em DelRay Beach (FL), assisti ao curso de Formação de Gestores de Dados (The Complete Guide to Data Stewardship), com David Plotkin. O outro curso oferecido, com Danette McGilvray(Tem steps to Data Qualiy), eu já havia feito na forma virtual, pela Data Versity. Os cursos foram oferecidos novamente neste evento, em San Diego, pelo sucesso certamente alcançado. Na geografia, também a GD se expande. Na Flórida, no final de 2016, somente eu, como rep do Brasil. Aqui na Califórnia, encontrei com Glenda Amaral, analista do Banco Central. Além de nós 2 brasileiros, havia outros estrangeiros: 21 do Canadá, 2 da Irlanda, 2 da República Tcheca, 2 da Holanda,4 da Noruega, 2 da Suíça, 2 da França, 4 do México,1 da Dinamarca e 1 da Austrália. Isso mostra a capilaridade crescente do assunto em todo o mundo. 

Objetivo:

O objetivo da CBCA-Carlos Barbieri Consultores Associados, é botar uma lupa nos conceitos de GD-Governança de dados e Qualidade e aferir como estão essas práticas aqui na Terra de Tio Sam, comparadas com aquelas que aplicamos no Brasil. De imediato se percebe, claro e óbvio, que, por aqui, as coisas estão bem mais avançadas em termos de dados. Nos EUA devem existir em torno de 500 CDO´s e no Brasil não mais do que 5. No Brasil, ainda estamos começando com GD, com poucas empresas se movimentando para domar a fúria dos dados, que se avolumam em proporções assustadoras. Nos EUA e no restante dos países presentes, era nítido o número de organizações já com GD institucionalizada. Como o crescimento dos dados não vem acompanhado de um mínimo de organização e responsabilidade, as coisas tendem a ficar complicadas cada vez mais, na medida em que as organizações brasileiras ainda não se conscientizaram plenamente deste problema. Agora é que algumas começam a despertar desta sonolência , embora em proporção menor do que se espera. Certamente a crise e o momento Brasil estão freando a implementação de GD no nosso pais.

Alguns temas discutidos:

Analisando-se a programação e mergulhando em alguns dos PDF´s distribuídos, observa-se a seguinte temática:

a)Há uma prevalência pelo tema geral Como Implementar GD nas empresas, com relatos de experiências e pontos a se observar nesses programas. Aqui o ganho tangível é analisar os sucessos e tropeços descritos, aplicando-se os devidos coeficientes de adaptação (do país, da indústria, da maturidade da empresa e da cultura de cada uma). O exemplo que mais chamou a atenção foi a palestra “key note” com  HoChun Ho e Kathy Patterson. Ambos da gigante JLL, que tem 78.000 empregados, 300 escritórios em 80 países, com um faturamento bruto de US$6,8 bilhões. Segundo HoChun, diretor global de GD do conglomerado, eles implementaram o programa em mais de 50% das empresas do grupo, num exemplo ainda não igualado. De assustar...

b)Outro assunto que despontou foi Metadados: Finalmente parece que o patinho feio da GD começa a ganhar importância, quando se fala de Governança de dados. Um tutorial dedicado à construção do Glossário de Negócios(do qual participei) revela esse novo momento em termos de Metadados. Palestras versando sobre Catalogação, profiling, tagging e linhagem de dados também aconteceram para criar espessura no assunto. No mercado das ferramentas, fundamentais para se tratar metadados, observa-se claramente o seguinte: As empresas europeias que se destacam nesse segmento(a belga Collibra e a francesa Orchestra), começam a perceber o crescimento de concorrentes americanas(Datum, Podium e outras) e a aproximação nítida da gigante americana IBM, decidida a entrar no mercado crescente de Governança de dados. A SAP, outrora mais focada no core ERP, também já apresenta uma camada forte de Information Management. Ela e a IBM foram as grandes patrocinadoras do evento(naquelas cotas do tipo platina, ouro,etc);

c)O assunto GD com Big Data também é outro que mereceu um tutorial(com Sunil Soares) e algumas outras sessões, principalmente focadas nos conceitos de Data Lake e dados não estruturados. Discussões surgiram com perguntas provocativas de David Plotkin(autor de um excelente livro-Data Stewardship-An Actionable Guide to effective Data management and Data Governance), hoje gerente de Data Stewardship do banco Wells Fargo. Plotkin disparou perguntas para cima da mesa dos debatedores, liderada por Sunil Soares( o autor com o maior número de livros sobre GD). A questão central: Existe diferença entre GD de Big data e de normal data. No Blog do Barbi, e no curso de PG da Puc-Minas já discutimos muito sobre isso e vamos desenvolver ainda mais o assunto;

d)O assunto GDPR-General Data Protection Regulation esteve em 4 palestras e foi motivo de algumas perguntas minhas para os palestrantes/consultores, pelas dúvidas que ainda restam sobre a regulação da União Europeia sobre privacidade de dados e não claramente respondidas pelos especialistas europeus(os mais envolvidos). Ainda há incertezas no ar, segundo pude perceber nas conversas com os apresentadores dessas sessões, algumas das quais somente serão resolvidas na base da “toga”, acho eu;

e)A Dama Internacional esteve presente, com o patrocínio do “coffee break” de 2afa à tarde. Além disso, houve o tutorial de Sue Geuens (Measuring Data Governance-How to show value and prove success), sua presidente e ex-presidente da Dama da África do Sul. Tive a oportunidade de falar com ela sobre o meu processo de recertificação CDMP que encaminhei à Dama Internacional. No final do mês (dia 30 de junho), chega o DMBOK 2, que já pode ser reservado(no site da Dama Internacional) na sua forma digital(custa US$75);

f)Também mereceu destaque a entrega do prêmio anual de melhor implementação de GD, outorgado pela DGPO(DG Professional Organization), neste ano, ganho pela Vanguard Group, Inc. A Vanguard é uma gigante da área financeira que trabalha com fundos mútuos(maior dos EUA) e a segunda em fundos(Exchange-traded) e tem um ativo de 4 trilhões de dólares. A DGPO oferece um ótimo conteúdo de melhores práticas em GD para os associados, além de Webinars de altíssima qualidade. Tudo isso, por US$75/ano. Em conversa com a presidente desta associação, soube que, neste evento houve mais de 200 novas inscrições;
   
g)O tema GD ganha novas visões, pelas apresentações realizadas por Michael McMorrow, com quem encontrei na Flórida e troquei dúvidas sobre o GDPR, e Len Silverston, famoso especialista em Modelos de dados. O primeiro apresentou a palestra intitulada “Data Governance meets Psycology 101” e Len  fez uma roda, na beira da praia (da qual participei), no fundo do Hotel e apresentou “Zen with Len-What does Zen has to do with Data Governance”. Analisando o material de ambas, pode-se concluir que o conceito de GD, pelas barreiras culturais existentes, sugere fatores extra técnicos na sua abordagem. Daí as palestras que indicam cuidados de natureza psicológica no entendimento dos obstáculos e dos interlocutores, além de uma forma leve e envolvente de condução, a fim de se transpor os obstáculos constantes nos programas de GD. Sobre a inédita apresentação que misturava Zen com GD, vou escrever depois, talvez um #VejaBem, no FB. 
  

Em artigos futuros, falaremos sobre outros pontos importantes discutidos por aqui no DGIQ-2017.

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